segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Luto

Há momentos em que as palavras parecem faltar e tudo soa pequeno diante da imensidão da dor.

Santa Maria está sombria e pesarosa, chorando seus filhos de sangue e por adoção. Olhando para dentro de si e revirando-se em catarse. Esperamos que dela possa emergir uma cidade melhor, uma comunidade mais coesa e solidária e que da catástrofe se faça uma lição de vida.

Nosso sentimento, solidariedade e condolências aos familiares e amigos daqueles que cedo foram colhidos de seu convívio. Que da perda e da dor possam colher aprendizado e amor, que a lembrança os acompanhe com doçura e que tenham força e serenidade para prosseguir no caminho da luz.

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"Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente." (Vinícius de Moraes)


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