sábado, 22 de janeiro de 2011

Homenagem a Matheus Siluk

Esta é uma pequena homenagem da Santa Maria Ciclismo ao querido amigo Matheus Henrique Pavão Siluk, mas é também uma espécie de relato pessoal, ao estilo dos “ciclorelatos”, sobre ele, extremamente imperfeito e insuficiente, por faltarem palavras para descrever sua grandeza.


A primeira vez que o vi foi numa tarde quente de março, aguardando a van que nos levaria para uma prova de Audax 300 km, estilo Randonnée. Um bom cartão de visitas: alguém, no mínimo, perseverante. Foi a primeira foto, da equipe santamariense, dentre tantas muitas que se seguiram... Naquele momento, unia-nos o gosto pelo ciclismo, mas, para além disso, chamou-me a atenção o detalhe que todos conhecemos: nossa, aquele menino tinha um sorriso que parecia abraçar o mundo!

Foi assim que, a partir dos pedais, ele aportou em meu universo. Vieram mais provas e, com elas, mais proximidade. A amizade foi fluindo sem nenhuma dificuldade (poderia ser diferente?) e suas outras tantas belas faces afloraram diante de meus olhos: de repente, lá estava o fotógrafo brilhante, o designer excepcional, o gourmet inigualável, o amigo divertido, o parceiro incansável...

A Santa Maria Ciclismo nasceu sob os auspícios de sua fantástica energia: ela está nas linhas fluidas de nosso uniforme, nos projetos insuperáveis de nossas medalhas, no desenho cuidadoso de nossos certificados, nos simbolismos perfeitos de nossas camisetas, nos belos traços de nosso blog, nas imagens inigualáveis de nossas fotografias... mas ela está, sobretudo, naquilo que de não palpável ele nos doou: sua disposição em enfrentar dias e noites de trabalho para que os eventos atingissem a perfeição, sua dedicação incondicional às pessoas, seu amor...

Aquele mesmo que se via quando, em nossos divertidos encontros, ele botava seu avental e debruçava-se, com gosto, sobre as panelas. Todos aguardavam, ansiosos, as maravilhas que surgiriam... Era como se ele estivesse em um jogo lúdico, de cujo resultado ninguém duvidava: garfadas e garfadas extras!

Tive a imensa honra de partilhar um pouco disso tudo: receber seus sorrisos, ouvir suas conversas, curtir seu belíssimo trabalho, deliciar-me com sua imensa sensibilidade fotográfica e culinária. Às vezes, tudo de uma só vez, como quando fizemos a Fléche Vellócio 2010, em que ele acordou de madrugada para transportar bicicletas, fez fotografias (os melhores registros meus em uma bike são dele), cozinhou a melhor massa ao pesto que já comi (nenhuma outra equipe teve tal privilégio!) e ainda projetou a medalha (alguém tem alguma dúvida de como ficou?)!

Na última vez que estivemos juntos, em comemoração ao final da prova de Audax Randonnée 300 km da Santa Maria Ciclismo, após uma noite em claro apoiando os ciclistas, ele chamou-me para mostrar seus azeites aromatizados, produção caseira... funghi, pimenta, manjericão... Primorosos! Aromas que me remetem àquele sorriso, especialmente o manjericão fresco, vindo do canteiro de casa, que me foi apresentado na primeira vez que estive por lá.

Sua partida inesperada deste mundo transitório não o levará para longe de nós. Ele simplesmente andou um pouco mais rápido, irá preparando o terreno para nossa chegada. Por enquanto, segue nos iluminando com tudo que legou, como uma estrela que nunca perderá seu brilho...

Querido amigo, obrigada por ter-nos abraçado com seu imenso sorriso, com aroma de manjericão ao vento! É uma memória indelével...

Simone B. Fortes

6 comentários:

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  2. É a saudade ficará mas a amizade essa pode ter a certeza de que só crescerá, pois hoje só as dimenssões nos separa.

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  3. Faltam-nos palavras nessas horas. Obrigado a Simone por ter conseguido transmitir o sentimento de muitos amigos, inclusive o meu, de colegas, audaxiosos, ciclistas...
    Nunca participei ativamente dos AUDAX/RANDONNÉE mas tive a oportunidade e felicidade de acompanhar o Matheus em duas ocasiões durante as seções de fotos. Companheiro, parceiro, solidário, sempre simpático, sorridente e amigo em suas ações. Ontem, ao receber a notícia de que não o teríamos mais em nosso convívio, assim como muitos, não acreditei. Incrédulo, baixei a cabeça, lá estava... Coincidência ou destino, naquele momento vestia a camiseta branca recebida como lembrança do AUDAX 200 com o logo do evento, registro do profissionalismo/arte e o e-mail do amigo Matheus. Sua lembrança estará sempre conosco em cada trecho da estrada ou em cada ponto onde clicava “sua amiga” para eternizar os eventos do SANTA MARIA CICLISMO.
    *Estava presente quando o Matheus registrou a foto que ilustra esta página. O local é frente à PRF na subida da Serra. Com visão competência e mesmo com a mão enfaixada, correu e registrou naquela manhã os raios de sol que abençoavam a passagem dos seus amigos ciclistas. Agora Matheus, é tua vez de ser ETERNO.
    Antônio Carlos Pereira Farias

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  4. Sabe quando olhamos para um pessoa e sentimos que algo especial existe por trás daquele rosto?

    Assim É o Matheus!

    Nossos olhos desconfiam, nossa alma tem certeza...

    Depois de ler o relato comovente de seus amigos, tenho certeza com "meus olhos" do que minha alma já sabia!

    O Matheus é um grande homem, um grande amigo e uma figura inigualável...

    "Perda" inestimável, que me traz tristeza, não pelo Matheus, porque tenho certeza já está com Deus... Mas, pela sua amada família, que sofre a ausência temporária de um grande homem, um grande filho e um grande amigo!

    Obrigado Matheus pelas lindas fotos!

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  5. Estive em Porto Alegre agora, maio 2011. Fui correr o 400 de Poá. No Breafing, indaguei, perguntei sobre a familia siluk. Que saudade Júlio, agora maior. Matheus.
    Fui pra prova ainda com o coração apertado, a cabeça ainda sem entender o real... Ou surreal... de um fato relatado.
    Estas palavras escritas aqui nesse blog resumiram tudo que havia eu pensado na madrugada fria do 400 de Poá. Vim aqui pra escrever um pouco, relatar a minha impressão, "invalida insatisfação com o destino", pois foi exatamente assim que comigo também aconteçeu. Foi exatamente assim que fiquei fã dos Siluk's. Agora agradeço a DEUS por ter conhecido, vivido um pouco da simplicidade deste garoto, desta familia.
    Um beijo muito fraterno Júlio, uma saudade grande maior Matheus.
    Mascinho BH-MG

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  6. As vezes nos questionamos o porquê de tantas pessoas boas partirem tão cedo enquanto muitas que não fazem por bem merecer ainda permanecem por aqui. Mesmo que seja doloroso aceitar "As pessoas vão tão cedo, na verdade, pelo fato de já terminaram suas tarefas por aqui. Seguramente, RETRATANDO coisas que ainda não compreendemos, muito felizes devem estar ao lado de DEUS!

    "A sua ausência nos causa profunda tristeza, mas relembrar as alegrias que você gerou entre nós é como se você aqui estivesse presente."

    Saudades!

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